Cristianismo e Diversidade Cultural

Fonte: http://www.radiojesusvira.com/os-filhos-de-deus-e-a-cultura-popular/

Por ser formado em história, aprendi que a cultura é um traço que distingue o homem, que o torna único. Ao mesmo tempo, aprendi que a diversidade também é um traço que marca a humanidade, seja ela cultural, étnica,  religiosa ou de gênero.
Ao me tornar cristão, fui surpreendido pela descoberta de que Jesus sempre respeitou a diversidade, especialmente ao revelar que o evangelho não era restrito a um grupo ou nação, mas sim destinado a todos: ide e pregai a todos os povos/criaturas (Marcos 16:15). Cristo aceita a todos, e nos chama para conhecê-lo, e aceitar o seu jugo, que como diz, é leve (Mateus 11:30).
Pregar a todos os povos não significa substituir uma cultura por outra, até porque este objetivo não é possível de ser alcançado. Significa, antes de tudo, respeitar a diversidade cultural, entendendo que a cultura é dinâmica, e por possuir esta característica, se altera. São muitos os estudos que tratam da dinâmica cultural a partir do contato, seja com outros povos, ideias e filosofias. O resultado do contato é a transformação e redefinição de identidades. No nosso caso, estamos tratando de uma identidade cultural que se transforma, a partir de uma nova, que não elimina a anterior: o cristianismo.
Exemplo clássico, o índio convertido não deixa de ser índio, mas se torna um índio cristão, assim como o caiçara, o quilombola ou o caipira. Como resultado de toda dinâmica cultural, de todo encontro de culturas, aspectos de nossas vidas são transformados quando aceitamos Jesus Cristo. Ou quando aceitamos qualquer prática que não seja original de nossa cultura. Não há assim imposição. Neste sentido, é um erro acreditar que o evangelho deva se submeter ou se adequar às culturas, negociando princípios. A transformação individual, e cultural, ocorrerá à medida que os povos tomarem conhecimento do evangelho.
Respeitar a diversidade significa também respeitar este aspecto, fundamental para o cristianismo: o de levar a fé, ou seja, o de pregar a palavra a todos os povos. Qualquer fala contra este aspecto significa um desconhecimento de um aspecto fundamental do ser cristão, e assim, um desrespeito a diversidade cultural.
Devemos lembrar ainda que Jesus viveu em uma época marcada pela diversidade, e tinha clareza da necessidade de entender o outro, e respeitá-lo, sem no entanto abrir mão de aspectos essenciais do evangelho. No antigo testamento, o povo judeu também conviveu com outros povos e outras culturas, servindo a reis estrangeiros, sem no entanto deixar de lado sua identidade como povo de Deus.
Conviver e respeitar o outro não é assim um elemento exterior ao cristianismo. Pelo contrário, é um aspecto a ser considerado, e defendido, por todos aqueles que se dizem cristãos.

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