Pedro Negou a Cristo Três Vezes, Mas Depois, o Aceitou como Salvador. O que Mudou?



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Pedro é um dos grandes personagens apresentados no Novo Testamento. Escolhido para ser um dos discípulos de Jesus, um de seus talmidins, foi dos mais ousados e atrevidos dos seus seguidores. Não se intimidou em situações extremas, como no momento em que andou sobre as águas, em direção a Cristo, antes de começar a afundar (Marcos 6:45-52). Foi também Pedro que primeiro afirmou que Ele era o Cristo, o Filho do Deus Vivo, em uma revelação dada pelo Espírito Santo, quando questionados: "E vocês, quem dizes que Eu Sou?". O resultado foi a mal compreendida resposta de Jesus, a de que sobre esta afirmação, Sua igreja seria edificada (Marcos 8:27-30), ideia reafirmada por Pedro ao Sinédrio, quando diz que Jesus seria a Pedra rejeitada por vós edificadores, os judeus (Atos 4:11).
Apesar de toda expressão de fidelidade, relatadas em diversas passagens dos Evangelhos, Pedro negou Jesus. Pode parecer surpreendente, mas aquele que esteve ao lado Dele, ouviu Seus ensinamentos, que afirmou ser Ele o Cristo, quando teve sua vida em risco, negou-O três vezes, como havia sido profetizado (Marcos 14:66-72).
Tempo depois, em outra passagem, relatada em Ato dos Apóstolos, aquele mesmo que negou Jesus, o reafirma, quando chamado em frente ao Sinédrio. Pedro e João são exortados a não mais falarem de Cristo e, como resposta, Pedro os questiona: afinal, o que é mais justo, ouvir a voz dos homens, ou a voz de Deus (Atos 4:1-20)?
Esta passagem pode gerar uma dúvida, um questionamento: afinal, o que mudou na perspectiva de Pedro? Por que, em um primeiro momento, após ter vivido tanto tempo com  Jesus, o negou, e em um segundo, enfrentando a ira dos líderes religiosos de sua época, o defendeu, enfrentando a morte por Ele?
O fato é que, no intervalo entre negá-Lo e se encontrar frente a frente com o Sinédrio, Pedro teve uma experiência com o Cristo ressurreto, como relatado no ato conhecido como a Grande Comissão (Marcos 16:14-18). Os apóstolos, após encontrarem Jesus ressuscitado, e devido a ação do Espírito Santo em suas vidas, mudaram sua postura ao compreenderem que, com Jesus ressuscitado, eles teriam uma vida  junto a Ele, sentado a direito de Deus Pai. Esta é a mudança, esta é a diferença.
No livro mais do que um carpinteiro, os autores Josh Mcdowell e Sean McDowell afirmam que, para aceitarmos Jesus como nosso Salvador, para entregarmos nossa vida a Ele, é preciso conviver com o fato de que Ele existiu, viveu entre nós, sofreu as dores do calvário, morreu e  ressuscitou. Os autores nos lembra que com a prisão de Cristo seus discípulos o abandonaram, e tiveram todos os motivos para acreditarem que viveram uma frustrante aventura. Então, o que mudou? A resposta dada é o fato de Jesus ressuscitado ter se revelado a seus discípulos. E só, por isso, foi possível a existência dos Evangelhos.
É esta mesma experiência que muitos cristãos passam nos dias de hoje. Muitos conhecemos Jesus, seus ensinamentos e sua história, mas não nos encontramos, ainda, com o Cristo ressurreto e, como Pedro, ainda não estamos prontos a enfrentar todas as consequências que afetam aqueles que o encontram.
No livro O Peregrino, John Bunyan relata as dificuldades enfrentadas pelo personagem denominada de Cristão, que inicia sua caminhada sem saber ao certo qual sentido seguir, sendo orientado por um homem chamado de evangelista. Cristão carrega nas costas uma pesada bolsa, representando seus pecados, sendo liberado de carregá-la quando encontra Jesus crucificado. Porém, sua peregrinação não termina aí. Ao contraŕio, as dificuldades aumentam, especialmente ao se deparar com outros peregrinos que, por diversas formas, buscam desviá-lo do caminho. Mas sua convicção não é abalada, antes reforçada pela certeza da ressurreição de Cristo, valendo a pena correr todos os riscos apresentados pelo caminho.
Ou seja, faz-se necessário um encontro verdadeiro com Jesus, que nos leve a compreensão de que ele morreu, derramou seu sangue por nós, e venceu a morte para nos libertar de nossos pecados. E quando encontramos Cristo ressuscitado, passamos a fazer tudo, mas tudo mesmo, por Ele, pois compreendemos a promessa que foi a nós reservada.

Se ainda não O encontrou, não desista, continue buscando. Siga o exemplo de Pedro que, mesmo conhecendo o homem, só aceitou morrer por ele após encontrá-lo ressurreto. E sua busca não foi em vão.

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